MÃO DE ONZE
Seu olho de quem tem sede, numa partida de truco, é brincadeira de pernas sob a mesa. Flerte vulgar. O estresse me sobe pois gosto de ganhar e a curiosidade do possível vem veloz, na mesma medida, como uma motorista de aplicativo a atravessar a cidade em plena virada.
Fotos em long exposure perto das estrelas denunciam nosso êxtase e o p&b delas já não suporta.
Alvorece. Você não fala e eu não falo e isso modela uma bolha hermética, surda e seca. Receios de repente fazem sentido. Sabemos que não posso me entregar e você traja pouco caso por inteira. Instiga.
O jogo de desinteresse cai feito uma bigorna e seu impacto nega qualquer carnaval. Eu truco, você pede seis. De repente eu não quero mais ganhar e você não faz outra coisa senão.
Continua apostando na minha ingenuidade, que enquanto tás indo, tô voltando. Correndo sobre (minhas) águas.
Tua blur face é o que eu tenho pro agora e você a minha e temos que jogar com isso.
Que sera sera.
